Trabalho feito um condenado...
Mas até aí tudo bem...
O problema é o pequeno ordenado...
Cujo aumento nunca vem!
Minha marmita só tem ovo...
Espero comer carne em breve...
Mas se o patrão negar aumento de novo...
Sou obrigado a entrar em greve!
O patrão quer mais é lucrar...
Para isso nos enrola...
Quando chega o dia de pagar...
É uma verdadeira esmola!
Meu salário é miúdo...
E vivo pedindo aumento...
Vejo meu patrão é o saúdo...
Mas quando ele me vê,
Sai em disparada como um jumento!
Uma coisa eu lhe asseguro...
Com a certeza de um patrão...
Desse bolso de pão-duro...
Não sai nenhum tustão!
Quando o patrão foi me contratar...
Me exigiu anos de experiência...
Agora quero salientar,
Que o salário sempre foi uma indecência!
Faço aqui um juramento...
Vou conquistar meu pedaço de terra...
Para colher meu próprio sustento...
Encaro até uma guerra!
Arrumei um bico...
Vou carregar saco no lombo...
É para ficar rico?
Não!
Apenas vedar o rombo!
Cecilia Santana, 11 anos.
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